Tratamento do Diabetes Mellitus
- Alunos de Farmácia
- 13 de out. de 2018
- 4 min de leitura
Atualizado: 15 de out. de 2018
Diabetes Tipo 1
Os portadores de diabetes tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores normais e, há risco de vida se as doses de insulina não são dadas diariamente.
Diabetes Tipo 2
A imagem abaixo ilustra os dois planos básicos do tratamento clínico do paciente com diabetes tipo 2, o controle glicêmico com a prevenção das complicações agudas e a prevenção das complicações crônicas.

Mudanças no estilo de vida no diabetes tipo 1 e 2
Alimentação: A terapia nutricional é parte fundamental do plano terapêutico do diabetes, podendo reduzir a hemoglobina glicada entre 1-2%. Baseia-se nos mesmos princípios básicos de uma alimentação saudável. Alimentos que contêm sacarose (açúcar comum) devem ser evitados para prevenir oscilações acentuadas da glicemia. A perda de peso é recomendada para todos os pacientes com sobrepeso ou obesidade.
Atividade Física: Melhora o controle metabólico, reduz a necessidade de hipoglicemiantes, ajuda a promover o emagrecimento nos pacientes obesos, diminui os riscos de doença cardiovascular e melhora a qualidade de vida. Assim, a promoção da atividade física é considerada prioritária. Há restrição nos casos de hipoglicemia, principalmente para os pacientes com diabetes tipo 1. Por outro lado, caso o diabetes esteja descontrolado, com glicemia muito elevada, o exercício pode causar a liberação de hormônios contrarreguladores, aumentando mais ainda a glicemia. Lembrando que o ideal é privilegiar atividades físicas leves, pois quando o gasto calórico é maior do que a reposição de nutrientes após o treino, pode haver a hipoglicemia.
Tratamento farmacológico da hiperglicemia no diabetes

METFORMINA
A metformina pertence ao grupo das biguanidas e é o mais utilizado pela sua eficiência e segurança. Ela cumpre sua função aumentando a sensibilidade do corpo à insulina, ou seja, estimulando o fígado a armazenar o excesso de glicose no sangue. Ademais, interrompe a produção da glicose adicional por parte do fígado. Diarreia, náuseas e outros sintomas gastrointestinais são os principais efeitos adversos. A metformina demonstrou também que consegue reduzir os níveis de colesterol e o peso. Está contraindicada no diabetes tipo 1, na história prévia de acidose láctica e na insuficiência renal (creatinina >1,5 mg/dl, em homens, e >1,4 mg/dl, em mulheres). Contraindicações adicionais como gravidez e situações com possível elevação de ácido lático (p. ex., doença hepática, insuficiência cardíaca).
SULFONIURÉIAS
Podem complementar a metformina no controle glicêmico (redução de 1,5 pontos percentuais).
Glibenclamida- estimulam as células do pâncreas para que aumentem sua produção de insulina (aumentam também a sensibilidade das células à insulina). Seu efeito é muito curto e se dissipa rapidamente. Reduz em excesso os níveis de açúcar no sangue, o que também pode ser perigoso.
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com disfunção renal e/ou hepática graves; na faixa etária pediátrica; Categoria de risco na gravidez: categoria C; Em pacientes com diabetes mellitus insulino-dependente (Tipo 1 ou diabetes juvenil), por exemplo, diabéticos com histórico de cetoacidose;
Glicazida- Gliclazida reduz os níveis sanguíneos de glicose por estimulação da secreção de insulina pelas células beta das ilhotas de Langerhans. Além destas propriedades metabólicas, a gliclazida possui propriedades hemovasculares. A gliclazida está contraindicada nos seguintes casos: Diabetes tipo 1; Pré-coma e coma diabético, cetoacidose diabética; Insuficiência renal ou hepática grave: nesses casos, recomenda-se o uso da insulina; Durante a amamentação.
INSULINAS
Se a glicemia de jejum estiver muito alta (acima de 270 mg/dL) e ou na presença de infecção, provavelmente o paciente necessitará de um tratamento com insulina. Isso poderá ser necessário por curto período de tempo, até atingir níveis de glicemia que possam ser controlados com hipoglicemiantes orais, ou com o tratamento definitivo.
Nas seguintes condições clínicas é recomendado o tratamento imediato com insulina sem necessidade de passar pela etapa inicial com metformina: emagrecimento rápido e inexplicado; hiperglicemia grave (> 270 mg/dL), cetonúria e cetonemia; doença renal; infecção; cirurgia; fase aguda de acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio, pacientes criticamente enfermos.
Tipos de insulina:
· Insulina regular: é uma insulina rápida e tem coloração transparente. Após ser aplicada, seu início de ação acontece entre meia e uma hora, e seu efeito máximo se dá entre duas a três horas após a aplicação.
· Insulina NPH: é uma insulina intermediária e tem coloração leitosa. Após ser aplicada, seu início de ação acontece entre duas e quatro horas, seu efeito máximo se dá entre quatro a 10 horas e a sua duração é de 10 a 18 horas.
· Análogo de insulina: moléculas modificadas da insulina que o nosso corpo naturalmente produz, e podem ter ação ultrarrápida ou ação lenta. Após serem aplicados, seu início de ação acontece de cinco a 15 minutos e seu efeito máximo se dá entre meia e duas horas. São encontrados também dois tipos de ação longa: Glargina e Detemir. A insulina análoga Glargina tem um início de ação entre duas a quatro horas após ser aplicada, não apresenta pico de ação máxima e funciona por 20 a 24 horas. Já o análogo Detemir tem um início de ação entre uma a três horas, pico de ação entre seis a oito horas e duração de 18 a 22 horas.
· Pré-mistura: consiste de preparados especiais que combinam diferentes tipos de insulina em várias proporções. Podem ser 90:10, ou seja 90% de insulina lenta ou intermediária e 10% de insulina rápida ou ultrarrápida. Eles também pode ter outras proporções, como 50:50 e 70:30.

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